quinta-feira, 9 de julho de 2009

Carros novos não precisam ser 'amaciados'

Uma boa dica é fazer uma viagem curta para 'sentir' o carro novo.Especialista responde a perguntas enviadas por internautas.

O carro está com cheiro de novo, acabou de sair da concessionária, e o hodômetro (aparelho que mede a quilometragem rodada) é recheado de zeros. De tão novo dá até medo de pisar fundo no acelerador. Uma dúvida recorrente de muitos proprietários é se carro novo precisa ser amaciado nos primeiros dias de uso ou se já é possível usar sem medo todo o potencial do motor. Confira abaixo esta e outras respostas de dúvidas de internautas.

Carro novo deve ser "amaciado"? O vendedor me disse que nos primeiros quilômetros eu devo "forçar" o carro para que ele se acostume. Isso procede? Como devo ´tratar´ o meu carro nos primeiros quilômetros?

- Daniel, Cuiabá
De um determinado tempo para cá, algo em torno de dez anos, os carros novos não necessitam mais do amaciamento de motor. Essa prática era necessária no passado para ajustar as peças internas do motor, o que ocorria nos primeiros quilômetros e desse modo exigia-se mais cautela nesse período. O amaciamento atualmente só é necessário para os motores que passaram por retífica, ou seja, que tiveram uma quebra ou mesmo fundiram. Assim, esse motor renovado precisa de um tempo para assentar corretamente as peças internas e nesse período o motorista não deve exigir altas rotações do motor, mas ao mesmo tempo deve esticar as marchas um pouco mais para facilitar esse assentamento. Nos carros novos, o ideal é que o condutor não abuse e não exija altas rotações nos primeiros mil quilômetros. Não é uma regra, mas contribui para ter um carro em excelentes condições. Uma boa dica é fazer uma viagem com o carro novo, mesmo que a distância seja curta. Essa é uma forma de testar todos os recursos do automóvel, uma vez que, mesmo os carros novos, estão sujeitos a apresentar falhas.

Ao ligar o carro, é melhor pisar na embreagem ou colocar no neutro e soltá-la?
- Luciano
Funcionar o carro com o pé na embreagem é mais uma prevenção do que uma necessidade. Todo manobrista de automóveis, por exemplo, adota essa prática para evitar de funcionar um carro engatado. Mas o melhor é colocar em neutro e funcionar o carro sem o pedal da embreagem estar pressionado. Entretanto, algumas versões, principalmente de picapes a diesel, exigem que se pise no pedal da embreagem para o motor funcionar. Se você é acostumado a dar a partida com a embreagem acionada, em um curto espaço de tempo não acarreta danos. Mas o melhor mesmo é evitar essa prática.

Por que os carros com álcool têm mais potência?
- Pablo
A potência oferecida pelos motores alimentados por álcool é maior porque eles são mais eficientes na queima de combustível, uma vez que o álcool tem maior octanagem. O álcool também tem maior poder antidetonante se comparado a gasolina, por exemplo. Esse fator indica que o álcool consegue suportar mais compressão sem sofrer uma explosão espontânea. A diferença entre motores a álcool e gasolina é maior quando os motores são de apenas um único combustível, pois assim o motor a álcool tem maior taxa de compressão, o que se reflete em mais potência do motor. No caso dos motores do tipo flex, a taxa de compressão para atender aos dois combustíveis, gasolina e álcool, fica em uma faixa intermediária.

O que é a taxa de compressão? O que ela revela?
- Fernando Tadao
A taxa de compressão é a relação entre o volume total do cilindro do motor quando o pistão se encontra no ponto mais baixo e o volume quando esse mesmo pistão está no ponto mais alto. Ou seja, essa relação indica quantas vezes o volume do cilindro foi comprimido. A taxa de compressão revela que quanto maior for a relação, melhor será a eficiência da queima de combustível, ou melhor, da mistura ar/combustível. Vamos pegar um exemplo: um motor tem taxa de compressão de 9,7:1, então isso representa que o volume do cilindro foi comprimido 9,7 vezes. Para se ter uma idéia, um motor a gasolina costuma ter esse valor entre 8,4:1 e 11,2:1. Já um motor a diesel, que oferece mais força, a taxa varia entre 14,0:1 a 25,5:1.

Acabei de comprar um carro flex e minha dúvida é quanto a usar só um combustível. Isso causa algum dano?
- Antonio de Abreu
De acordo com os fabricantes, os carros equipados com motores do tipo bicombustível podem rodar apenas com álcool, apenas com gasolina ou com uma mistura dos dois. Em qualquer dessas circunstâncias não há nenhuma contra-indicação por parte das empresas. O que acontece é que muita gente sofreu com os primeiros modelos equipados com motores flex, que ainda apresentavam falhas, e assim criou-se certo receio em utilizar apenas um combustível. Embora os motores flex atuais tenham maior proteção contra corrosão, o certo é que o carro que rodar mais tempo com álcool vai exigir a troca de determinadas peças em menos tempo do que se tivesse utilizando somente gasolina, como por exemplo o silencioso do escapamento. Mas na prática a economia com o combustível mais barato compensa no final das contas.

Porque não temos carros de passeio a diesel no Brasil? É proibido ou não e viável?
- Celso Almeida
No Brasil a legislação proíbe a utilização de óleo diesel em carros de passeio. A mesma restrição ocorre nos veículos de carga com capacidade inferior a 1000 quilos. Essa é uma restrição antiga na lei e por várias vezes deputados tentaram eliminá-la, mas outros tantos tentam aumentar a restrição. A verdade é que o Brasil é muito dependente do transporte rodoviário e desse modo praticamente todo o óleo diesel refinado no país é para a utilização em caminhões. Por essa razão o combustível conta com subsídios financeiros e benefícios tributários.

Existe uma maneira de instalar um sensor de estacionamento no carro?
- Erick
Existe sim, qualquer veículo pode receber o sensor de estacionamento, tanto na dianteira quanto na traseira. São diversas opções, sendo uma delas o equipamento oferecido pela fábrica nas concessionárias, porém na maioria dos casos com custo superior. O mercado de acessórios também conta com inúmeros modelos, de valores também variados. Antes de decidir pela troca, procure saber como é o modelo oferecido pela fábrica, depois faça uma pesquisa no mercado, mas não esqueça de optar pelas marcas mais conhecidas, que oferecem garantia do produto.

Fonte: G1


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