quinta-feira, 9 de julho de 2009

Até que ponto vale investir em equipamentos para o carro?

RIO - Na tabela, o preço do carro parece convidativo. Na concessionária, porém, o susto: pintura metálica aqui, um equipamento extra ali, e o valor final do automóvel dispara, ficando fora do alcance das economias do consumidor. Em alguns casos, só o preço dos opcionais passa de R$ 20 mil. Com tanto dinheiro, quase dá para comprar um modelo com motor 1.0 ("pelado", é claro).
E vale a pena investir nos opcionais? Sim, desde que não haja exagero. Além de representarem conforto extra para o motorista, determinados itens também mostram vantagem econômica. Certos opcionais valorizam o carro na hora da revenda. Ar-condicionado, direção hidráulica e acionamento elétrico de vidros, travas e retrovisores são os principais dessa lista.
Há ainda opcionais que se mostram bastante vantajosos pelo lado prático: a chamada "predisposição para som" (fiação e alto-falantes para instalar o CD player no carro) custa cerca de R$ 200 e evita futuras dores de cabeça em relação à parte elétrica.
Contudo, existem contraindicações. Se for equipado com todos os opcionais oferecidos, um carro de versão básica pode custar quase o mesmo que uma de versão mais luxuosa (e que já traz, embutidos no preço, os mesmos equipamentos).
Um bom exemplo é a comparação entre o Palio 1.0 Economy e a versão ELX com o mesmo motor. 34.100. Colocando em ambos ar-condicionado, direção hidráulica, travas e vidros elétricos e rodas de liga leve, o preço do primeiro chegará a R$ 32.200, enquanto o segundo custará R$ 34.100. A diferença de R$ 1.900 a mais será compensada por um acabamento esmerado (o ELX é até mais silencioso), bancos mais confortáveis, computador de bordo, faróis de neblina e visual atual.
- Num caso assim, a vantagem será sempre comprar a versão mais luxuosa. Esta é a que oferece forrações com tecidos de melhor qualidade, detalhes como maçanetas pintadas na cor da carroceria e outros itens que não estão disponíveis, nem como opcionais, nas versões mais simples - diz Carlos Eugênio Fonseca, diretor de Planejamento e Estratégia de Produto da Fiat.
Para não sair no prejuízo, deve-se calcular na concessionária o valor final de pelo menos duas versões de um mesmo modelo. Pelo números de venda de versões mais luxuosas, o consumidor brasileiro parece já estar atento a essas sutilezas do mercado.
Os itens de segurança ainda ficam em segundo plano, mas é cada vez mais comum a venda de carros que trazem ao menos airbags. Alguns fabricantes oferecem as bolsas infláveis e os freios com ABS em pacotes que custam cerca de R$2.200. É um investimento que vale a pena.
De olho na lista de preços de opcionais, o consumidor pode ainda se deparar com preços exageradamente altos. O ar-condicionado para o compacto Fox 1.0, por exemplo, está cotado a R$ 4.135 na tabela VW. Nas lojas independentes, contudo, é possível encontrar kits por cerca de R$ 2 mil. O aparelho instalado na própria fábrica tem a garantia da montadora e menos probabilidades de dar problemas, mas a diferença de preços é grande demais para ser ignorada.
E pior: muitas vezes é a própria concessionária que leva o carro zero a uma loja de instalação de aparelhos de ar-condicionado. No fim, cobra do cliente o mesmo preço que consta na tabela da montadora. Fique de olho.
Fonte: O Globo - Economia

Nenhum comentário:

Postar um comentário